O tempo dos pássaros
Talvez, eu tenha interpretado mal
Então a verdade pode ser,
que o tempo cura, mas não faz esquecer
Hoje as lembraças são tão vagas,
contudo ainda existem, ainda resistem
Relutando e insistindo
Um brasa que nega-se apagar
Olhei pela janela e recordei
Dois passáros querendo ser livres
E presos um ao outro
Sem amarras e sem correntes
Talvez algo a mais naqueles cantos
Que tanto encanto causou
Mistério que desvendasse sem pistas
Com a lógica dos sentimentos
A verdade o passado não muda
Naquele ano as mesmas asas que protegeram
Foram as mesmas asas que levantaram vôo
Sobrando as penas das penas que ficaram
e o tempo não levou.
Autor: Paulo Herculano