terça-feira, 25 de agosto de 2015

Poema: Espontâneo


Espontâneo


Analisando tudo, só me restou as lembranças
Claro que com todos tive a esperança
Que um dia desse certo
Finalmente algo concreto
Mas por enquanto eu sonho
Sonho com esses amores platônicos
Que um dia me fizeram almejar a felicidade
Ainda que não fosse verdade

Eu sorri, eu chorei, eu amei
Aprendi, enfim 
Que as vezes  as máscaras são necessárias
Para um eu fui a ingenuidade
Para outro a Proteção
Para outro ainda a Lealdade
E por último fui Sedução
Me revesti de disfarces
Pra não transparecer
O meu eu tão transparente

E nessa festa de fantasias
Em meio a tantas máscaras
Eu fui um pouco de tudo
E um pouco de nada
Fui oferecer a quem nada queria
Um singelo presente
Nem chegaram abrir
Tanto de mim estava ali

Na raiva
Fui arrancando uma por uma
Rasgando uma por uma
As máscaras que de nada me serviram
Mas ao tentar rasgar eu percebi
Na verdade não havia nada ali
Minha face limpa
Era eu o tempo todo
Eu fui ingenuidade, proteção
Lealdade e sedução
Mas só me encontrei
Quando deixei de ver o amor nos outros
E voltei a ver o amor em mim.


Autor: Paulo Herculano

sábado, 15 de agosto de 2015

Poema: Contos de fatos


Contos de fatos



Não há castelos, a torre caiu
É fácil pular, é só sair
Os cavalheiros estão em falta
Os cavalos brancos em extinção

Não há princesas indefesas
Nem donzelas, nem sapatos de cristal
A abóbora não sai da cozinha
Depois da meia noite a festa continua

A maçã não está madura
Os sonhos são outros
A noite, uso capuz azul como disfarce
Para que entre os lobos eu possa viver.


Autor: Paulo Herculano